Dados da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) apontam que 42 perícias foram realizadas em locais de incêndio registrados em Manaus, em 2023. Desse total, 39 atendimentos ocorreram em residências atingidas pelo fogo e três foram registrados em locais abertos. As perícias são realizadas por peritos do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), por meio do Instituto de Criminalística do Amazonas (IC).
De acordo com o perito Melquizedec Rodrigues, que atua há 10 anos no IC, os resultados das perícias já realizadas indicam que a maioria dos incêndios foi causada por curto-circuito ou sobrecarga de energia. Ele também destacou as causas menos identificadas durante os procedimentos, como vazamento de gás, de fluidos inflamáveis ou incêndios provocados de forma dolosa.
“Muitos incêndios aconteceram em Manaus por curto-circuito ou sobrecarga de energia. Que é quando uma pessoa coloca uma instalação elétrica subdimensionada, sem um profissional capacitado para fazer o projeto correto, e a instalação acaba ficando sem os disjuntores apropriados”, afirmou o perito.
Procedimentos para perícia
O Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) precisa ser acionado pela autoridade de polícia para realizar os procedimentos de perícia em locais atingidos por incêndios. Conforme o especialista, o acionamento ocorre através de um ofício expedido pelo delegado responsável pelas investigações. A perícia se faz necessária quando há danos ao patrimônio de terceiros, vítima lesionada ou vítima fatal. Nesses casos, é essencial saber as causas do sinistro.
Os laudos oficiais que indicam as causas de incêndios são realizados a partir da coleta de informações no local queimado, após a conclusão, os documentos são enviados para a Polícia Civil do Amazonas. Melquizedec destacou que os procedimentos ocorrem na área mais afetada pelo fogo.
Isolamento da área
O perito do IC frisou, ainda, que a região afetada pelo fogo deve ser preservada para não prejudicar o resultado da perícia. Para ele, após o serviço de controle das chamas realizado pelo Corpo de Bombeiros a área deve ser isolada pelas autoridades que estão no local.
“Após a saída do Corpo de Bombeiros, precisamos que o local seja preservado com o isolamento da área para que possamos fazer a melhor perícia possível. Quando isso não é feito, a própria população acaba desconfigurando o local de incêndio”, finalizou o perito.
Dicas do Corpo de Bombeiros
Para evitar ocorrências de incêndios em edificações, o comandante dos bombeiros da capital, coronel Reinaldo Menezes, destaca os cuidados que podem ser adotados pela população.
“A maioria dos incêndios que atendemos diariamente é causado por descuidos do cidadão. O que orientamos é que possamos fazer uma revisão e ter atenção em relação à botija de gás, trocar aquela tubulação. Na rede elétrica, fazer uma revisão periódica e tomar cuidado com panelas esquecidas no fogo”, pontuou coronel Menezes.
Em casos de incêndio, a população deve acionar, de forma imediata, o Corpo de Bombeiros, por meio do disk 193 para que equipes da corporação façam o combate ao sinistro.
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