O estado do Rio de Janeiro investiga seis casos suspeitos de hepatite aguda grave em crianças, sendo um deles a morte de um bebê de oito meses.
O avanço da doença, cuja causa ainda é desconhecida, levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a lançar um alerta internacional, no dia 15 de abril, após a identificação de vários casos no Reino Unido.
No Brasil, outros três são apurados, segundo o Ministério da Saúde, todos eles no Paraná.
No Rio de Janeiro, o caso do bebê de oito meses, com suspeita de hepatite aguda grave, foi registrado em Maricá, na região metropolitana.
Ainda existem três casos na capital fluminense, de crianças de oito e quatro anos, além de um bebê de dois meses. A doença ainda pode ter contaminado uma criança de dois anos, em Araruama, e outra de três anos, em Niterói.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a hepatite aguda é uma inflamação no fígado que ocorre de forma rápida e abrupta.
A doença pode se manifestar com diarreia, vômito, febre, dores musculares e icterícia (coloração amarelada na pele e nos olhos).
É importante que os pais e responsáveis fiquem atentos aos sintomas das crianças. Se houver qualquer suspeita, elas devem ser imediatamente levadas a um serviço de saúde para que possam ser diagnosticadas e tratadas .
Alexandre Chieppe, secretário de Saúde do Rio de Janeiro
A pasta emitiu um alerta aos 92 municípios do estado e destacou que as suspeitas precisam ser comunicadas e monitoradas.
Segundo o órgão, no último dia 24 de abril, o aviso sobre a doença havia partido do Ministério da Saúde, com a necessidade de atenção dos serviços para crianças com transaminases (enzimas intracelulares) elevadas e sintomas gastrointestinais.
“Estamos acompanhando a evolução da doença no mundo e monitorando junto às vigilâncias municipais os registros de casos suspeitos no estado. O alerta é justamente para que esses pacientes possam ser acompanhados e monitorados de forma correta”, declarou Chieppe.
Nacionalmente, o Ministério da Saúde divulgou que os Centros de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) acompanham junto a Rede Nacional de Vigilância Hospitalar (RENAVEH) a detecção de possíveis casos da doença. A pasta também orienta que eles sejam notificados imediatamente.
Alerta mundial
A Organização Mundial de Saúde esclarece que os casos de hepatite aguda em crianças estão sob investigação e, até o momento, os exames de laboratório descartam causas conhecidas.
A principal suspeita é que a infecção tenha como fonte o adenovírus – vírus comum, responsável por sintomas respiratórios, vômitos e diarreia.
Segundo a OMS, até o dia 3 de maio, foram registrados mais de 200 casos da doença em 20 países, a maioria deles no Reino Unido, primeiro país a comunicar o problema.
Nesta sexta-feira (6), a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido publicou um novo relatório e apontou que as investigações continuam sugerindo uma associação com o adenovírus, mais frequentemente detectado nas amostras testadas.
No entanto, o órgão aponta que apura outros fatores, como uma infecção anterior pelo coronavírus, que pode deixar a criança mais suscetível.
A OMS orienta que a prevenção da doença depende de medidas básicas de higiene, como lavar as mãos e cobrir a boca e o nariz ao tossir e espirrar.
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