A disputa por quem será o candidato ou candidata da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) à Prefeitura de Manaus deve ser entre o ex-deputado federal Eron Bezerra (PCdoB) e um nome petista. Atualmente, a sigla do presidente Lula tem seis pré-candidatos à eleição deste ano e a definição sobre qual será a pessoa indicada pelo PT deve sair até o fim de março.
Como os três partidos caminham no formato de federação desde 2022, a legislação determina que atuem como se fossem um só partido. Logo, apesar de serem três siglas, precisam entrar em consenso e indicar apenas um nome à cabeça de chapa.
O Partido Verde não deve lançar pré-candidatos à prefeitura, logo a disputa se afunila para PCdoB e PT. No primeiro, o nome proposto é o do ex-deputado Eron Bezerra. Já no Partido dos Trabalhadores, a concorrência é mais apertada, com seis pré-candidatos.
O diretório nacional do partido solicitou um levantamento interno para avaliar qual nome é o preferido pelos filiados. Uma outra pesquisa vai testar as atuais pré-candidaturas em cenários eleitorais com os nomes já conhecidos da disputa, como o prefeito David Almeida (Avante), pré-candidato à reeleição.
Com base nestas informações, a decisão partirá do diretório nacional, assim como aconteceu nas eleições de 2020. Naquele ano, o presidente do PT Amazonas, Sinésio Campos, havia vencido as prévias contra o então deputado federal José Ricardo, mas quem deu a palavra final foi a direção nacional, que optou pelo segundo nome.
Atualmente, os nomes que almejam disputar a prefeitura pelo PT são: Anne Moura, secretária nacional de Mulheres do PT; José Ricardo, ex-deputado federal; Luiz Borges, ex-titular do diretório nacional; Sassá da Construção Civil, vereador; Sinésio Campos, deputado estadual; e Valdemir Santana, presidente do PT Manaus.
Cenário
Segundo ele, o PT deve ter entre 15 e 20 pré-candidatos a prefeituras no Amazonas, no pleito deste ano. A definição dos nomes também passará pela federação. Outra preocupação no campo da esquerda é em ocupar vagas na Câmara Municipal de Manaus (CMM), onde, segundo avaliação deles, o conservadorismo tem crescido em meio à ampliação de vereadores de direita e extrema-direita.
“Dentro da federação, conforme a legislação, o máximo que podemos lançar é 42 candidatos. Então, vamos chegar a esse consenso. Hoje temos três vereadores, o Sassá, Fransuá, Jaildo, e esperamos ampliar essa nossa presença”, destacou Valdemir.
Essa atenção à Câmara Municipal é um ponto considerado importante na disputa, o que explica porque parte dos atuais pré-candidatos à prefeitura demonstram interesse e são aconselhados por algumas alas petistas a focarem na cadeira legislativa. É o caso do próprio vereador Sassá, que já está no cargo, e os pré-candidatos José Ricardo e Anne Moura.
Candidatas
“Na Câmara, é um cenário bem difícil. Hoje você vê uma série de coisas que fizeram, quem é governo, quem não é, mas que não propõem nada efetivamente. Temos trabalhado na federação para ter uma chapa boa e ampliar. Ainda não temos o número total, mas só de mulheres, são pelo menos cinco nomes”, disse Anne Moura.
“Tivemos um avanço muito grande da extrema-direita na Amazônia, onde a esquerda foi varrida em termos de representação parlamentar. Não digo em todos os estados, mas em alguns. Hoje, apenas o Pará tem dois deputados do PT e um senador. Todos os outros que tinham parlamentares de esquerda, todos perderam”, comentou o ex-deputado federal José Ricardo, que não se reelegeu em 2022.
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